terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

JESUS CRISTO É O SENHOR

 







 


O Brasil já foi conhecido como uma nação religiosamente cristã, em sua maioria. Isto é, uma população adepta de práticas religiosas ditas cristãs. Os dois maiores grupos religiosos que marcam a presença do cristianismo, em solo brasileiro, são o catolicismo romano e o evangelicalismo; entenda-se nisto, o protestantismo clássico, o pentecostalismo clássico e o neopentecostalismo.

No ano de 2021, o Censo indicava que 79% dos brasileiros se declaravam cristãos, ou seja, numa população (total) de 212 milhões e 700 mil indivíduos, 172 milhões e 300 mil pessoas, declararam-se cristãs; entre elas, 108 milhões e 500 mil, disseram-se católicos.

Entretanto, é necessário ressaltar que uma coisa é confessar pertencimento a uma “religião cristã”; outra coisa é ser realmente “cristão”.

 

... Em Antioquia, os discípulos foram, pela primeira vez, chamados cristãos.”

 

         Infelizmente, parece que boa parte dos cristãos brasileiros está muito distante da fé que confessavam aqueles discípulos. Há, portanto, alguma(s) variante(s) do que seja o cristianismo verdadeiro.

         O cristianismo verdadeiro nasce no arrependimento das práticas de uma vida distanciada das Escrituras Sagradas e na obediência à própria base para alguém se tornar, de fato cristão.

 

Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou de entre os mortos será salvo; pois, com o coração se crê para a justiça e com a boca se confessa para a Salvação...” (Rm 10. 9-10)

 

O pseudocrístão aceita a noção de que Jesus Cristo como Senhor. Porém, não adianta esse reconhecimento, sem que o tenha, de fato como “seu Senhor”. Quem está sob senhorio, necessariamente, obedece a quem o tem por Senhor.

Por que vocês me chamam ‘Senhor! Senhor!’, se não fazem o que Eu digo?” (Lc 6. 46)

 

O apóstolo Paulo ensina que Deus, o Pai, exaltou o seu Filho, Jesus Cristo, “à mais alta posição e lhe deu o Nome que está acima de todo nome...

 

"... para que, ao Nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra; e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai."

(Epístola aos Filipenses 2. 10-11).

 

Diz-nos o próprio Senhor Jesus”

 

"Nem todo o que me diz: 'Senhor, Senhor!' entrará no Reino dos céus; mas, somente aqueles que fazem a vontade do meu Pai, que está nos céus." (Mt 7. 21)

 

Na epístola que Paulo enviou aos crentes, na cidade de Filipos, há um registro maravilhoso do caráter admiravelmente íntegro da Pessoa de Jesus Cristo, que é a Segunda Pessoa da Trindade (a qual Trindade constitui o Deus único e único Deus).

Ele se propôs, num consentimento de obediente ao Pai, cumprir o plano divino da Salvação, desde antes da fundação do mundo. Para tanto, por sua obediência, humilhou-se de tal maneira, que deixando toda a glória que tinha junto ao Pai, assumiu a vida humana, submetendo-se à vileza dos próprios homens. Ele não veio buscar, nem oferecer bens terrenos; Ele não tinha aparência atraente (Is 53. 2b-3), não teve apoio, sequer, de um reles ser humano (Mt 27. 44). Ele se tornou "o mais indigno entre os homens" (Is 53. 3-5); suportando, por fim, a forma de morte mais cruel, destinada aos piores indivíduos daquela sociedade: a crucificação. 

Se essa triste história terminasse numa sepultura, seria inútil a nossa fé! Mas o sepulcro lacrado não o segurou! Jesus, o nosso Deus e Senhor, ressurgiu; apesar do espanto daqueles que vigiavam o túmulo e da incredulidade mostrada por Tomé.

Que importa a incredulidade de muitos contemporâneos nossos? Jesus ressuscitou gloriosamente! Ele venceu a morte! A Ele, todo joelho se dobrará, no céu, na terra e embaixo da terra; não houve, não há, nem haverá um só ser que, um dia, não tenha que declarar o total senhorio de Cristo Jesus, para a glória de Deus Pai.

 

 

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

NEOPENTECOSTALISMO NÃO É PENTECOSTALISMO

 




 

 

O neopentecostalismo, sobretudo, o praticado em um sistema religioso de grande porte no Brasil, apresenta evidentes marcas de uma falsa teologia pneumatológica pentecostal. Pneumatologia é a secção da Teologia Sistemática, que se dedica ao estudo sobre a Pessoa do Espírito Santo e sua atuação pública na Igreja de Cristo Jesus (Jo 14. 16; 26), a partir do evento de Pentecostes (At 2. 1-8; 1Co 14. 2). Qualquer sistema que se entenda como parte da fé cristã ou qualquer prática nessa área serão falsos, se os princípios que defendem estiverem em desacordo com a doutrina das Escrituras Sagradas.

Se partirmos do ponto de vista da falsa doutrina "pentecostal" adotada pela organização aqui indicada, e por outras congêneres, também se torna imprópria a sua classificação como "ramo neopentecostal”, pelo simples fato lógico de que não pode haver um novo pentecostalismo, nem jamais ocorreu um movimento pentecostal (do Espírito) em substituição ao relatado em Atos 2. Concluo, então, que todo movimento dito neopentecostal é falso.

Essa falsa onda comete o gravíssimo erro, uma heresia imperdoável, de atribuir à Terceira Pessoa da Trindade o papel de “presentear”, com todas as mais cobiçadas benesses materiais, o contribuinte interessado. Assim, multidões dos que, relaxadamente, não buscam o conhecimento da Palavra de Deus afogam-se nesse sistema herético que se diz cristão.

A verdadeira Igreja de Cristo não pode manter-se nessa tolerância silenciosa; ela não pode fingir que há nessa tolerância o evangelho do qual Paulo não se envergonhou (Rm 1. 16). Também não pode fingir que desconhece essas práticas de “outro evangelho”, que o apóstolo Paulo classifica como anátema (Gl 1. 8; 2Co 11.3-4).

Não há tempo que o povo de Deus possa desperdiçar numa vã maneira de viver, porquanto, ainda, a colheita a ser feita é grande, mas os trabalhadores continuam poucos (Mt 9. 37-38). Isso significa que a Igreja precisa trabalhar sem desperdiçar o tempo (Ef 5. 15-20), com inteligência espiritual (Fp 1. 9-11; Cl 1. 9; IIPe 1. 5-8).

Portanto, a Igreja deste século deve permanecer na luta contra o pecado que procura aninhar-se perto dela (Hb 12. 1), mas também, contra a iniquidade deste mundo (Ef 6. 12), e perseverar firmemente na recusa de toda forma de cristianismo que não tenha o respaldo das Sagradas Escrituras.  

 

terça-feira, 19 de novembro de 2024

O ESCÂNDALO É PAI DA DESCRENÇA “Agora não sejas um incrédulo, mas crente.” (Jesus, Jo 20. 27 - KJA)

 



Leitura: 2Timóteo 3. 2-5:

 

“Saiba, entretanto, disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens amarão a si mesmos, serão ainda mais gananciosos, arrogantes, presunçosos, blasfemos, desrespeitosos aos pais, ingratos e ímpios; sem amor, incapazes de perdoar, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem; traidores, inconsequentes, orgulhosos, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus. Com aparência de piedade, todavia, negando o seu real poder. Afaste-se desses também.”

 

 Então, Jesus declarou aos seus discípulos: É inevitável que fatos ocorram que levem o povo a tropeçar na fé; mas, ai da pessoa por meio de quem vêm os escândalos!” (Lc 17. 1. KJA)

  

A palavra escândalo tem origem grega, e nos chegou pelo latim; ela se aplica, em nossa língua, ao sentido de algo que causa uma interrupção brusca da normalidade, de um conceito social tido e aceito como imutável. O escândalo é uma das práticas inconsequentes e desastrosas, próprias dos indivíduos “amantes de si mesmos”; são pessoas que procuram satisfazer os seus próprios interesses, de modo explícito; mas, geralmente com sutileza, para não levantarem suspeitas de suas intenções, sem qualquer respeito pelos circunstantes.

O escândalo constitui um incidente terrivelmente ofensivo a um contexto garantidor de uma cosmovisão aceita e estabelecida. O escândalo fere a ética, abala a moral e, em geral, destroça a fé daqueles a quem atinge.

Essa última consequência é gravíssima, porque, ultrapassando os limites da vida terrena, pode destroçar a vida espiritual de muitos ingênuos, sem conhecimento bíblico. O escândalo é capaz de trazer à existência o desânimo, a tentação da fuga e a deserção daquilo que parecia estar consolidado.

Não sem motivo, o Senhor Jesus alertou sobre essa ocorrência tão peculiar àqueles a quem Paulo classificou como pessoas perniciosas, que viveriam, em escala crescente, nestes tempos trabalhosos. Essas pessoas pecaminosas têm causado escândalos, os mais perniciosos; principalmente, por serem os tais, ocupantes das funções mais destacadas na obra do Senhor. Quantos dos que se intitulam “homens de Deus” têm trazido incalculáveis prejuízos ao evangelho! Em nossos dias, o assunto é recorrente, e “prato cheio” para uma mídia vulturina.

Esta mensagem não pretende apenas apontar as evidências tão desastrosas no seio da igreja atual; mas, encorajar aqueles que se prendem a algo, já previsto pelo próprio Senhor Jesus: “haverá escândalos!”, e eles serão crescentes. Ap 22. 11 (KJA) alerta: “Ora, quem é injusto continue na injustiça; quem é mundano continue na impureza; mas, quem é justo firme-se na prática da justiça; e quem é santo continue a buscar a santificação.”

Finalizo, dizendo: - Diante dessa clara separação entre os praticantes do bem e os que optam pelo envolvimento em escândalos, a orientação bíblica não é escandalizar-se e abandonar a carreira! É prosseguir, como diz o apóstolo Paulo:

 

Contudo, caminhemos na medida da perfeição que já atingimos. Caros irmãos, sejam meus imitadores, e prestem atenção nos que caminham de acordo com o padrão de comportamento que temos vivido. Porquanto, já os adverti repetidas vezes, e agora repito com lágrimas nos olhos, que há muitos que vivem como inimigos da cruz de Cristo. O fim dessas pessoas é a perdição; o deus deles é o estômago; e o orgulho que eles ostentam fundamenta-se no que é vergonhoso; eles se preocupam apenas com o que é terreno. No entanto, a nossa cidadania é dos céus, de onde aguardamos com grande expectativa o Salvador, o Senhor Jesus Cristo...” (Fp 3. 16-20. KJA).

Prossigamos! 

 

                                                                                                                                             

                                                                                                                                             

 

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

A PROMESSA DE PERDÃO AOS ARREPENDIDOS

 


Leitura: 2 Cr 7.14

 

Introdução

            Uma das preocupações da Igreja fiel deste tempo é a decadência espiritual de um grande número de pessoas, que deixaram esfriar a fé, a vida espiritual e, consequentemente, o amor pelo trabalho na obra do Mestre. Pouco a pouco, tornaram-se como a igreja de Éfeso, aquela igreja cujas características de fidelidade foram elogiadas pelo Senhor, porém, pelo descuido, esfriava, arrefecia no amor. Aqueles crentes foram repreendidos, para que se lembrassem do primeiro amor e retornassem à obediência. (Ap 2. 1.7)

            Em nossos dias, a Igreja de Cristo tem os olhos voltados para a derrocada deste mundo; e não poucos crentes ficam estarrecidos com o crescimento da impiedade entre os homens, sem que lhes venha à mente tudo quanto o Senhor Jesus e os apóstolos ensinaram sobre os tempos do fim. O que ocorre lá fora não são sinais para nos assustar, mas para nos indicar que não está longe o momento da Redenção da Igreja. O que, de fato deve preocupar-nos é o esfriamento espiritual dos crentes, a atenção dada às heresias mais inusitadas, os escândalos dentro das igrejas, entre outros acontecimentos até ruidosos. Hoje é preciso um tempo para pregar “aos crentes”.

 

A IGREJA PRECISA DE ARREPENDIMENTO, DE CONVERSÃO E DE ORAÇÃO

 

            O profeta Jonas foi enviado para pregar numa cidade incrédula e pecaminosa; eles desconheciam absolutamente o Deus de Israel. O próprio profeta julgou Nínive como um antro de pecadores, a quem a Palavra de Deus não deveria ser anunciada. Essa atitude causou-lhe dissabores, até que foi obrigado por Deus a levar uma profecia de castigo divino.

            Contrariando a expectativa do profeta, todo o povo se arrependeu, a partir do rei e dos grandes de seu palácio. O Senhor ouve o clamor dos que se arrependem com sinceridade. Jonas 3. 1-10.

            É triste perceber que entre os crentes parece não haver arrependimento e conversão sinceros; a maioria das pessoas busca nas denominações e nos templos a satisfação de seus interesses materiais: festas, comemorações, endeusamento de líderes..., enquanto, uma capa de cristianismo as conduz à perdição.

            São muitos os que se atrevem a pregar ao mundo uma mensagem avessa àquela pregada pelos profetas e pelos apóstolos, porque já não há proximidade com o poder de Deus. Paulo disse não se envergonhar do evangelho e explicou a razão dessa ousadia: o evangelho é poder de Deus. (Rm 1.16). Crente em processo de esfriamento comunga com as coisas deste mundo, por isso já não reconhece o poder do evangelho.

            Hoje, precisamos “evangelizar os crentes”, pregar-lhes sobre a separação do mundanismo, levá-los à oração e ao estudo da Palavra. Canta-se demasiadamente nos cultos, fazem-se apresentações teatrais para distrair uma platéia; mas a palavra de pregação, além de fraca no conteúdo e na forma de exposição tem um tempo mínimo. Os crentes já não se preparam para cultuar ao Senhor; ir à igreja virou um hábito semanal, sem influência na vida do crente.

 

Conclusão

 

Sejamos como o povo de Nínive, demonstremos o nosso arrependimento sincero com jejuns, humildade máxima, e orações. Talvez, o Senhor Deus tenha misericórdia de nós e abençoe o nosso chão, a nossa casa, a nossa família, enquanto o mundo caminha para a destruição.

Talvez o nosso arrependimento e consagração leve os que estão frios e os que andam mergulhados na perdição também se arrependam e haja grande colheita para o Reino Celestial.

 

domingo, 3 de novembro de 2024

SANTIDADE: UMA REIVINDICAÇÃO DIVINA

 







Texto para meditação: 1Pedro 1. 13-23

 

Introdução

 

O apóstolo Pedro inicia a sua Primeira Epístola, fazendo referência aos seus destinatários: os judeus crentes dispersos por vários lugares e atribulados por perseguições e outros dissabores. A eles o apóstolo envia uma amorosa saudação: “Graça e paz lhes sejam multiplicadas.” (vv.1-2).

Preocupado, o apóstolo glorifica o Senhor pela Salvação, por meio da qual entendemos que o crente, em termos da redenção, não é recondicionado, não passa por uma reforma, mas, é gerado uma nova criatura, para ter uma viva esperança que vem por causa da ressurreição do Senhor Jesus Cristo; por isso, os eventuais sofrimentos terrenos devem ser vistos com prova da fé, a fim de que glorifiquem a Deus. Pedro anima aqueles crentes com o mesmo interesse com que Paulo, mais tarde, escreveria aos Romanos:

 

Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual também temos entrada, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência, a experiência, e a experiência, a esperança.” (Rm 5. 1-6)

 

os crentes a quem Pedro se dirigiu, por estarem dispersos, sofriam as angústias da dispersão; eram perseguidos e ignorados pela sociedade. Eles haviam perdido o relacionamento com o seu próprio meio social. Por esse motivo, o apóstolo conforta-os e os anima para que mantenham a fé e a consequente esperança, até que chegue o Dia da vitória sobre todos os percalços desta vida.

Nós também, por causa do amor de Cristo, nos tornamos peregrinos e forasteiros; estranhos neste (e para este) mundo. (1Pe 2.11) Embora os desejos carnais ainda entrem em conflito contra a alma. Por essa razão, é necessário vigilância, para não cairmos em tentação.

 

A FÉ É A BASE DA NOSSA CRENÇA E DA NOSSA ESPERANÇA (Hb  11. 6)

 

Como nós mesmos, os destinatários dessa epístola, estão inseridos num tempo posterior ao ministério do Senhor Jesus neste mundo; porém, o evangelho os havia alcançado pelos ministros que lhes anunciaram as boas novas de Salvação, anteriormente profetizadas por homens que não veriam o cumprimento delas, porque marcavam eventos que somente as gerações futuras veriam.

Evidentemente, diante das circunstâncias apresentadas, os irmãos dispersos corriam o risco da desistência da fé. Não tenhamos dúvida de que as dificuldades da vida, as perseguições podem ser ferramentas para estimular o esfriamento, o desânimo, a desistência da fé. Precisamos cuidar para que as provações não nos vençam.

Feitas as considerações sobre a manutenção da fé e da esperança, a carta inicia o versículo 13, usando uma relação conclusiva, sobre o conteúdo precedente, a fim de relembrar uma exigência do Senhor Deus, para a vida de todo crente: “Portanto, estejam com a mente preparada para agir...”

O mundo é um feroz inimigo da santificação: esse estado de separação dos interesses deste século! O processo que leva à santificação parte de uma decisão pessoal, ajudada pelo Espírito Santo. A ausência de interesse pela vida santificada mostra que há inclinação para a pecaminosidade. Que perigo!

Sendo pessoal, o processo da santificação produz, também, um estado de santificação coletiva; ele gera um corpo santificado, que é a Igreja! Que responsabilidade nós temos, irmãos!

 

A Igreja de Cristo não é uma associação de autônomos, senhores de suas, opiniões e interesses, conformes com a sua particular cosmovisão. A Igreja constitui um corpo, no qual, cada membro tem de estar submetido aos desígnios de Cristo, o qual é a cabeça e, sem dúvida, o cabeça. (Ef 4. 15-16).

 

A santidade é uma reivindicação divina

 

A partir deste ponto, vamos meditar na sequência de versículos lidos, de 13 a 23:

 

13. Ter a mente preparada, apta para agir: Essa estrutura sugere a possibilidade de alguma interferência ou ataque que possam inibir a vida santificada; o crente deve ter a prontidão de um soldado, pela contínua observância da Palavra de Deus; vivendo em sobriedade; sempre em estado de atenção, para evitar o erro (Mt 26. 41; Ef 6.15). O crente não pode abrir mão da esperança “na graça que será dada, quando Jesus Cristo for revelado.” (1Co 15. 19)

 

14. Não se moldar pelos padrões do mundo: A obediência ao Senhor faz parte do caráter do servo fiel. É essa disponibilidade de servo fiel que nos afasta da vida pecaminosa. Não se pode conviver com os que desonram a Deus. Paulo faz a mesma advertência em Rm 12. 2: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

 

15-16. Imitar a Santidade de Cristo: Em nós mesmos não habita bem algum (Rm 7. 19), mas devemos permanecer sob o domínio do Espírito de Deus (Rm 8. 9). O Espírito Santo, que em nós habita, é quem nos santifica. (Rm 8. 13). A Palavra de Deus exige que sejamos santos, porque Deus é Santo. Mas o que é ser santo? Ser santo não envolve, prioritariamente, o exterior. Os fariseus apreciavam a “santidade exterior”. (Mt 23. 25)

 

17. Viver em temor a Deus, que julgará a cada um de modo imparcial: Deus nos julgará individualmente. Ele julgará o exemplo que demos à vista deste mundo (Mt 5. 13-16). Que exemplo damos para a sociedade, na condição de membros do corpo de Cristo? (2Co 6. 14-15).

 

18-21. Permanecer cientes do preço impagável do nosso resgate: Todo crente manter continuamente vivo em sua memória (não apenas na semana da reunião para comemorar a Ceia do Senhor) o maior de todos os sacrifícios, de natureza espiritual, moral e física do Senhor Jesus, ao entregar-se à crucificação em nosso favor. O Senhor Jesus se fez maldição por nós, miseráveis pecadores (Is 53. 4-6; Gl 3. 13). Foi impagável o preço da nossa Salvação: ela custou a horrenda condenação e o sofrimento atroz do Senhor Jesus Cristo, como promessa da nossa Salvação, anterior à criação do mundo; sendo a consumação do resgate no triste episódio da cruz e, depois, na Sua gloriosa ressurreição; sendo Ele, por intermédio de quem, nós cremos em Deus que o ressuscitou dos mortos e lhe deu gloria, de tal maneira, que a nossa fé e esperança estejam em Deus.

 

Por fim, os versículos 22-23 nos fazem uma confirmação alentadora e uma exortação inestimável: “Agora que vocês purificaram a sua vida pela obediência à verdade, visando ao amor fraternal e sincero, amem, sinceramente, uns aos outros, e de coração. [Porque] Vocês foram regenerados não de uma semente perecível, mas imperecível, por meio da palavra de Deus viva e permanente.” Glória a Deus, pela nossa bendita esperança, até que volte o Salvador, vindo, em gloria e majestade para arrebatar aqueles que, tendo crido nele, vivem em obediência, em fé, em esperança e santidade, à espera da grande Vitória!

 

Porque, ainda dentro tempo, Aquele que há de vir virá e não tardará.” (Hb 10. 37)

terça-feira, 29 de outubro de 2024

DEUS CONHECE A NOSSA ESTRUTURA EMOCIONAL

 




Leitura: 1Rs 18.10-21; 19. 1-5

 

Introdução

As Escrituras Sagradas ensinam que o Senhor Deus vê as pessoas, de modo totalmente diferente de como nós as vemos. Nós só podemos observar as suas características físicas e algumas manifestações perceptíveis aos nossos olhos, e nem sempre verdadeiras. Deus, porém, as avalia pelo que lhes vai na alma. Nada há que seja encoberto para o Senhor. (1Sm 16. 7). O salmista diz:

 

Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e me levanto; de longe percebes os meus pensamentos. Sabes muito bem quando trabalho e quando descanso; todos os meus caminhos são conhecidos de ti. Antes que a palavra chegue à minha língua, tu já a conheces inteiramente, Senhor.” (Sl 139. 1-4)

 

Há inúmeros os exemplos de como as características exteriores de alguém são imperfeitas para que façamos uma avaliação adequada do outro. A nossa falha nesse aspecto é recorrente. O Senhor tem duas maneiras de escolher um servo para cumprir uma ordem:

a)                 São muitos os casos em que o próprio Deus chamou o servo. São exemplos bem claros, entre outros, Noé, Gideão, Josué, Isaías Jeremisas, e também os Doze, a quem Jesus mesmo convocou. (Gn 6. 11-13; Jz 11. 6-16; Is 1. 9; Jr 1. 5-7; Mt 4. 18ss)

b)                 Outros foram chamados por intermédio de líderes: Arão, Davi, Paulo e Barnabé, para as viagens missionárias, entre outros casos. (Êx 7. 1-2; 1Sm 16. 10-13; At 13. 2-3)

De qualquer maneira, direta ou indiretamente, aquelas escolhas provieram do próprio Deus.

Quando o homem decide escolher por conta própria, o desastre é iminente. Isso aconteceu com a escolha de Saul, para governar Israel.

1.                  Deus usou Elias, um profeta sem história

Não há registro bíblico sobre a história do profeta Elias, a não ser o seu lugar de nascimento. Ele era natural de Tisbe, ou Tisbé, uma cidade na região de Gileade, localizada, atualmente, na Jordânia, ao Sul do mar da Galileia. Nenhuma outra informação sobre ele. Mas, esse homem sem currículo foi intensamente usado por Deus, até que Deus o tomou para si, arrebatando-o ao céu, num carro de fogo, com cavalos de fogo, num redemoinho. É necessário que se leia a história desse profeta sem currículo, muitas vezes temeroso por causa da violência pecaminosa do rei Acabe e de sua mulher Jezabel. O currículo do homem não é condição sine qua non para que Deus o use, para cumprimento da sua vontade. Deus usou um sábio doutor da Lei, Paulo; mas também usou um pescador indouto, Pedro.

2.                  “O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza.” (2Co 12. 6)

O erudito apóstolo Paulo fez a máxima questão de deixar claro que todo o seu preparo intelectual não estava acima do poder de Deus. Há muitos crentes orgulhosos da sua intelectualidade, colocando-a à frente da operação do Espírito Santo. As coisas de Deus são tratadas segundo a vontade de Deus, da maneira que Deus decidir, independentemente daquilo para que nos sintamos capazes. Não somos capazes para Deus; apenas podemos nos tornar capacitados por Ele. Elias não apresentou currículo; pode ser que o tivesse, mas o Senhor não se interessou nisso. Deus não usa os soberbos em quaisquer que sejam as suas atitudes, não só as intelectuais. O Senhor os humilha para que se arrependam.

3.                  Deus pôs desafios diante do tímido Elias

Embora pareça que Elias se mostrava poderoso para atos sobrenaturais, o próprio Deus permitiu que ele deixasse evidente o seu caráter tímido, até mesmo medroso. Mais de uma vez o profeta estremeceu diante das circunstâncias, o que nos prova que Deus usa o homem, não a sua valentia pessoal. O poder jamais será de nós mesmos, porque pertence a Deus. Se a Bíblia não registrasse os temores de Elias, somente as suas vitórias, talvez, nós não atentássemos para ver que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza humana. Deus conhece, mais do que qualquer pessoa, as nossas fragilidades.

4.                  O medo pode voltar depois de grandes vitórias.

As instabilidades emocionais de Moisés; o pouco cuidado moral demonstrado por Davi; o reconhecimento da vida mundana de Isaías; a arrogância estúpida de Pedro; ou o caráter violento de João e Tiago não foram empecilhos para que o Senhor os usasse no cumprimento daquilo que decidira fazer; todavia, não deixou de colocar essas fraquezas diante deles, não apenas para os corrigir, mas também para nos corrigir dos nossos mesmos males.

 

Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros, e orem uns pelos outros, para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz. Elias era humano como nós. Ele orou fervorosamente para que não chovesse, e não choveu sobre a terra durante três anos e meio. Orou outra vez, e os céus enviaram chuva, e a terra produziu os seus frutos.” (Tg 5. 16-18)

 

Elias teve muitos momentos de medo e depressão. Porém, Deus não o desprezou por isso; mas lhe proveu do necessário, porque ele reconhecia que, mesmo em suas angústias, o Senhor o fortalecia, alimentava-o, por causa da sua vida de oração, por meio das quais ele confessava os seus temores e fraquezas.

Deus não esconde as nossas imperfeições: ele nos coloca bem diante delas, para que conheçamos a nossa realidade humana diante do seu poder transformador e abençoador de todos aqueles que reconhecem a sua insignificância e buscam ajustar-se àquilo que é a vontade do Pai. Coloquemos diante de Deus, com sinceridade as nossas imperfeições que afloram constantemente. O Senhor é fiel e justo para nos purificar de todo pecado, de toda fraqueza e timidez.

 

Conclusão

Que os exemplos aqui citados de tantas fraquezas notadas nos homens a quem Deus usou, possam servir a nós mesmos de espelho em que está projetada a nossa pequenez, a fim de que, tendo-as diante de nós, tenhamos a certeza de que Deus, antes de tudo nos conhece física e emocionalmente; ele conhece as nossas arrogâncias, conhece a nossa timidez e sabe que sem ele somos nada. O próprio Senhor Jesus alertou: “sem mim nada podeis fazer.”

 

... Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois, sem mim, vocês não podem fazer coisa alguma.” (Jo 15. 5b)

 


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